Resumo O avanço das ciências da vida provocou uma transformação radical na ideia do que é a vida: agora compomos seres vivos como vida sintética a partir do zero. A “vida” foi multiplicada e fragmentada na forma de moléculas e de bancos de dados e pode assumir configurações que variam de organismos manipulados a órgãos desenvolvidos fora do corpo e até materiais bioimpressos. Essas novas formas de vida alteram as relações sociais, desafiam limites entre categorias culturalmente definidas, colocam novas questões de governança e reformulam as relações entre a vida e a ética. Com base em seu trabalho anterior sobre o tema, os autores sugerem que o conceito de “bio-objeto” é útil para mapear e analisar as esferas empíricas em que se rearticulam novas conjugações da vida. Este artigo contextualiza o conceito, por meio de uma revisão da literatura sobre vida e da identificação sistemática das principais plataformas epistêmicas pelas quais os bio-objetos são trazidos à vida hoje.
Abstract Rapid advances in the life sciences have led to a radical transformation in thinking about what life is: we now compose living beings as synthetic life, from the ground up. “Life” has been multiplied and fragmented in molecular and database form and can be embodied in anything from engineered organisms through organs grown outside the body to bioprinted materials. Such new forms of life disrupt social relationships, challenge boundaries between culturally defined categories, pose new questions for governance, and reshape relations between living and ethics. Building on their earlier work with “bio-objects”, the authors suggest that this concept can aid greatly in mapping out and analysing the empirical spheres in which new conjugations of life are being re-articulated. The paper contextualises the concept further via an examination of literature about life, and it systematically identifies key epistemic platforms through which bio-objects are brought to life today.
Resumen Los rápidos avances en las ciencias de la vida han llevado a una transformación radical en la idea de lo qué es vida: ahora componemos los seres vivos como vida sintética, desde cero. La “vida” se ha multiplicado y fragmentado en forma de moléculas y de base de datos, y puede adoptar configuraciones que abarcan desde organismos manipulados y órganos desarrollados fuera del cuerpo hasta materiales bioimpresos. Estas nuevas formas de vida alteran las relaciones sociales, desafían los límites entre categorías definidas culturalmente, plantean nuevas cuestiones de gobernanza y reformulan las relaciones entre la vida y la ética. Valiéndose de su trabajo anterior sobre el tema, los autores sugieren que el concepto de “bio-objeto” es útil para mapear y analizar las esferas empíricas en las que se están rearticulando nuevas conjugaciones de la vida. Este artículo contextualiza el concepto a través de una revisión de la literatura sobre vida, e identifica de manera sistemática las plataformas epistémicas clave a través de las cuales los bio-objetos cobran vida en la actualidad.